Parnahyba Sport Club: O Órfão Político

Quarteto de Arbitragem
📷Quarteto de Arbitragem © Walter Fontenele
🏠Parnaíba (PI)

A cidade de Parnaíba pode se orgulhar de ter sido o berço do futebol piauiense, um feito alcançado apenas uma década após a chegada de Charles Miller ao Brasil. Segundo Antônio Castello Branco Clark, os primeiros passos dessa trajetória começaram com a chegada da primeira bola de futebol ao Piauí, no início do século XX. O presente foi ofertado por Mr. James, da firma Chamberlain Donner & Cia, de Manchester, na Inglaterra, e acabou impulsionando a criação dos futuros clubes Internacional Athletic Club, fundado em Junho de 1912, e Parnahyba Sport Club, fundado em 1º de maio de 1913 (ALMANAQUE DA PARNAÍBA, 1974, p. 225).

Antônio Castello Branco Clark, a quem a bola foi presenteada, era filho de James Frederic Clark e irmão de Septimus Castello Branco Clark, um dos pioneiros do futebol no Piauí e fundador do Internacional Athletic Club. O clube adotou como referência as cores do Liverpool F.C., da Inglaterra, hexacampeão da Champions League; já o Parnahyba Sport Club foi fundado por Zeca Correia, tendo como inspiração a equipe do Everton, também da Inglaterra, grande rival do Liverpool F.C. (REBELO, 1984, p. 62).


Entre os clubes pioneiros, apenas o Parnahyba permanece ativo. No entanto, sua trajetória tem sido marcada por desafios, dentro e fora das quatro linhas. Historicamente, o clube acumula queixas contra a arbitragem, com episódios que ficaram na memória do torcedor azulino. Um dos casos mais emblemáticos foi à eliminação na Copa do Brasil de 2018 diante do Coritiba, além de diversos episódios polêmicos no Campeonato Piauiense, onde decisões duvidosas tendem a favorecer equipes da capital, Teresina.

Em 2025, o cenário se repete. O mais recente capítulo dessa história ocorreu na semifinal do Campeonato Piauiense realizada no Domingo (09), quando um pênalti escandaloso foi marcado pelo árbitro Rafael de Sousa Santos a favor do Piauí. O lance garantiu um gol crucial para a equipe da capital, comprometendo a vantagem que o Parnahyba levava para o confronto de volta. Embora o “Tubarão” não tenha feito um bom segundo tempo, os ataques do “Enxuga Rato” pouco ameaçavam a zaga azulina. A arbitragem, porém, teve papel determinante ao impedir que o Parnahyba levasse uma margem de dois gols para a decisiva partida em Teresina.

Os problemas do Parnahyba vão além do gramado. Nos bastidores, a fragilidade política da equipe azulina é notória. Diferentemente de outras equipes, que possuem representantes influentes nos corredores da Federação de Futebol do Piauí (FFP), o Parnahyba carece de um “padrinho político” para chamar de seu e que tenha força no cenário político do futebol estadual, não para beneficiar o clube, mas para evitar que o clube seja constantemente prejudicado por arbitragens ruins e tendenciosas.

Depois da desastrosa arbitragem do duelo em pleno “Piscinão” contra o Piauí, espera-se que o Presidente do Parnahyba, ou alguém do jurídico, faça ao menos uma reclamação formal, e não apenas publicar notas de repúdio, que já se mostraram ineficientes. Interpelar o trio de arbitragem dentro de campo e proferir ofensas não ajuda, muito pelo contrário, prejudica ainda mais a frágil convivência do Parnahyba, o "órfão político", com a Federação de Futebol do Piauí (FFP).

No próximo sábado (15), o Parnahyba entra em campo novamente para enfrentar o Piauí, no Estádio Governador Alberto Tavares Silva (Albertão), em Teresina. Resta saber se o roteiro de sempre se repetirá ou se o Parnahyba conseguirá superar os adversários, dentro e fora das quatro linhas.

Por Walter Fontenele | Portalphb













Tecnologia do Blogger.