Gracinha rompe o silêncio e desabafa sobre crise: “De um Novo Francisco a gente vê um Novo Judas”
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📷Gracinha Mão Santa © IelTv |
Deputada estadual esclarece polêmicas, se diz traída e rebate nota do prefeito Francisco Emanuel; “narrativas falsas se desfazem com o vento”, dispara.
A deputada estadual Gracinha Mão Santa (PP) falou pela primeira vez, nesta segunda-feira (24), sobre a crise política que tomou conta de Parnaíba nas últimas 48 horas. Em entrevista ao jornalista Ieldyson Vasconcelos, no podcast Ielcast, no YouTube, Gracinha expôs sua decepção com o prefeito Francisco Emanuel Cunha de Brito e classificou o episódio como uma traição.
Com tom firme, a parlamentar disse ter sido surpreendida pelas declarações do prefeito, a quem ela mesma avalizou para disputar a Prefeitura de Parnaíba. “Conheci o Francisco como um técnico íntegro e capaz. Por isso, demos a ele toda a estrutura, amizade, transparência e apoio”, pontuou.
Gracinha destacou o esforço que sua equipe fez durante os seis meses de transição para garantir que Francisco Emanuel assumisse o cargo com total autonomia. “Levamos ele a todas as secretarias, para que não chegasse no mês de Janeiro despreparado. Era o menino do Mão Santa, como ele mesmo dizia com muito orgulho”, lembrou.
A deputada também enalteceu o papel de seu pai, o ex-prefeito Mão Santa, e da ex-primeira-dama Dona Adalgisa, que, segundo ela, nunca tiveram a intenção de se manter na prefeitura, mas se colocaram à disposição para ajudar a cidade a continuar avançando. “Mão Santa rodava a cidade com ele todos os dias, Dona Adalgisa também apoiava com aquele carinho peculiar dela”, completou.
Sobre a nota divulgada pelo prefeito Francisco Emanuel, Gracinha reagiu com indignação. “Está temendo quem? Uma mulher de trabalho, que luta pela cidade e pela planície litorânea?”, questionou. Ela ainda disparou: “Na eleição, diziam que o “Zé Mané” era fantoche da Gracinha. Eu nunca precisei de fantoche nem de marionete. Sempre precisei de um líder decente, que trabalhasse e enxergasse o povo”.
Em um dos trechos mais duros da entrevista, Gracinha fez uma analogia que expôs o tamanho da sua frustração: “De um Novo Francisco, a gente vê um Novo Judas. Talvez seja um livramento, porque eu não entro em lambança. Traição não precisa de motivo, é falta de índole”, afirmou.
A deputada também revelou que, ao fim da gestão do Mão Santa, deixou um computador no gabinete do prefeito com todos os programas e senhas da administração, garantindo total transparência para o novo gestor. E rebateu as falácias sobre a mãe de Francisco Emanuel: “Ela está lotada no IPMP por decisão dele, para preservá-la. Ninguém barrou ninguém”.
Outro ponto abordado foi à situação da esposa do prefeito, que é da área da saúde e que foi treinada por uma servidora da prefeitura para contribuir com a gestão do seu esposo na Escola Parnaibana de Administração Pública. Gracinha também não poupou críticas quanto às reclamações de Francisco sobre a dificuldade de nomear servidores comissionados. “Ele virou noites e noites analisando nome por nome. Esse processo foi transparente, ninguém pode negar”, garantiu.
Horário de Trabalho do Prefeito:
Gracinha também tocou no incômodo que sentia com o horário que o prefeito costumava chegar ao trabalho. “Sempre disse a ele que prefeito tem que dar exemplo, chegar cedo e atender o povo e não chegar no trabalho todos os dias às 11 horas. Mas ele preferiu criar narrativas de que meus familiares estavam barrando pessoas no gabinete dele”, disse.
Falta de Capital Político:
Por fim, a deputada reconheceu a falta de experiência e de capital político de Francisco Emanuel, mas se disse traída e lamentou o rumo dos acontecimentos. “Tudo isso foi criado para justificar atitudes que ele já queria tomar. Fui pega de surpresa. Mas, como sempre digo, contra fatos não há argumentos e falsas narrativas o vento leva”, disse.
A polêmica que ganhou força no último sábado (22) promete render ainda muitos capítulos nos próximos dias. Nas redes sociais, o debate entre apoiadores da deputada Gracinha Mão Santa e do prefeito Francisco Emanuel se acirrou, especialmente nos grupos de WhatsApp, onde o clima é de tensão.
O que deveria ser um embate político saudável acabou descambando para ataques pessoais. Lamentavelmente, algumas manifestações extrapolaram os limites do debate democrático e partiram para ofensas que atingem não só o prefeito, mas também seus familiares - uma linha que jamais deveria ser cruzada.
Fica o questionamento: será que estamos prestes a reviver os tempos sombrios das pichações nos muros da cidade? Onde a intolerância falava mais alto que o respeito? O momento exige reflexão e maturidade política.
Por Walter Fontenele | Portalphb com informações de Ielcast.
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