Reflexão: A Responsabilidade da Imprensa e da Sociedade no Julgamento Precipitado

Lucélia Rodrigues
📷Lucélia Rodrigues © TV Clube
🏠Parnaíba (PI)

O recente caso da idosa, Lucélia Maria Gonçalves, 53 anos, acusada de envenenar dois irmãos, de 7 e 8 anos, com cajus envenenados, traz à tona uma reflexão profunda sobre a responsabilidade da imprensa e da sociedade, diante de acusações graves. Sem a devida apuração dos fatos, Lucélia, foi condenada publicamente, exposta ao ódio coletivo e teve sua casa incendiada. Agora, com o laudo confirmando que não havia o pesticida Terbufós nos cajus, resta apenas o rastro de injustiça e destruição, causado por julgamentos precipitados.


A imprensa tem o dever ético - que muitos nem sabem o que significa - de informar com responsabilidade, investigando os fatos antes de alimentar narrativas que podem destruir vidas. Da mesma forma, a sociedade precisa compreender que a busca por justiça não pode ser movida pela emoção ou por conclusões precipitadas. A presunção de inocência é um pilar fundamental de qualquer sociedade justa, e ultrapassá-la é abrir espaço para linchamentos morais e físicos.

Nas redes sociais, já surgem campanhas para arrecadar fundos com o objetivo de reconstruir o patrimônio destruído. No entanto, dificilmente haverá remédio capaz de amenizar a dor de uma idosa que passou cinco meses encarcerada, sem que sua culpa tivesse sido comprovada. O prejuízo emocional e psicológico causado por essa injustiça é irreparável e vai muito além da perda material.

Este caso nos ensina que justiça não se faz com pressa e que a verdade exige paciência e discernimento. Que sirva de lição para que, antes de apontar o dedo, possamos refletir sobre o peso de nossas palavras e atitudes. Afinal, uma acusação infundada pode custar muito mais do que uma manchete: pode custar uma vida.

Por Walter Fontenele | Portalphb

Tecnologia do Blogger.