A Enrolação Chegou ao Fim

📷Lula da Silva © Marcelo Camargo

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Em sua coluna do último Domingo (22), o colunista do Jornal O Globo, Elio Gaspari, escreve uma matéria crítica sobre o Governo Lula 3.0, marcado pelo desmanche de ilusões sobre a economia e pelo seu desgaste político. Embora a matéria seja pontual e bem fundamentada, uma sugestão seria a mudança da manchete, que deveria ser “A Enrolação Chegou ao Fim”. A matéria de Gaspari, jornalista totalmente à esquerda e pago para defender sempre o Governo, levanta questões importantes sobre a fragilidade das estratégias políticas e econômicas adotadas até aqui, estratégias essas que, além do investidor estrangeiro, começa a afugentar seus militantes.

Gaspari destaca a exaustão de uma narrativa econômica baseada em discursos e justificativa pouco convincente, especialmente diante de realidades que desmentem a retórica oficial. A menção à alta do dólar e ao fracasso do governo em conter o déficit fiscal, mesmo com a promessa de equilíbrio, reforça a percepção de inconsistência entre o discurso e a prática.

O jornalista ressalta ainda a postura do presidente, que alternou ataques à política monetária conduzida pelo Banco Central, sem que nenhuma dessas estratégias resultasse em ganhos concretos. Essa abordagem parece ter sido insuficiente para lidar com os desafios internos, como a inflação e a falta de confiança do mercado.

O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, surge como uma voz dissonante ao refutar a narrativa de que a desvalorização do real seria fruto exclusivo de um ataque especulativo. Sua afirmação de que não se pode tratar o mercado como um "bloco monolítico" expõe a superficialidade de teorias conspiratórias sobre a Faria Lima e sugere que a desconfiança do mercado tem raízes mais profundas, relacionadas à gestão e às promessas não cumpridas do governo.

Essa declaração desmonta a possibilidade de criar um novo “bode expiatório” para justificar os problemas econômicos, forçando o governo a encarar o real problema: a perda de credibilidade internacional num Governo marcado por garfes e falta de comprometimento fiscal.

Gaspari é incisivo ao apontar que a alta do dólar reflete a falta de confiança no governo. Ele descreve a relação entre o mercado e o governo como um jogo de dissimulação, no qual empresários simulam apoio institucional enquanto agem contrariamente nos bastidores. O texto sugere que essa dinâmica de “fingimento” atingiu o limite, expondo um cenário de desconfiança generalizada.

O jornalista traça um panorama sombrio para os próximos dois anos de governo. A aproximação do ano eleitoral e as incertezas relacionadas à saúde do presidente adicionam camadas de complexidade a um contexto já marcado por dificuldades econômicas. Gaspari conclui que, com a “mágica verbal” esgotada, o governo precisará lidar com a realidade sem subterfúgios.

Por Walter Fontenele | Portalphb com informações de Elio Gaspari