Secretário de finanças de Luís Correia (PI) é alvo de duas operações de lavagem de dinheiro
📷Pedro Júnior Fontenele Brito© Reprodução |
Uma das ações visa combater desvios de recursos públicos destinados ao serviço de iluminação pública do município de Luís Correia e a outra tem como objetivo o combate à lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas, em contexto de facção criminosa, com atuação no Norte do Piauí.
O secretário municipal de finanças de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito, e filho da prefeita do município, Maria das Dores Fontenele Brito, mais conhecida como Maninha Fontenele, foi alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro e organização criminosa, nesta quarta-feira (7).
Conforme apurado pela Rede Clube, foram cumpridos mandados de busca e apreensão das duas operações na casa de Pedro Júnior. O g1 não conseguiu contato com o gestor.
Contudo, a prefeita Maninha Fontenele se manifestou por nota, afirmando que não é citada em qualquer investigação e não sofreu qualquer ato por parte do Poder Judiciário.
Além disso, a gestora informou que determinou a exoneração de todos que foram citados na investigação rescindiu, de forma unilateral, o contrato com a empresa citada pelos órgãos de segurança. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.
As operações LED e Volt, a primeira da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Piauí (FICCO-PI) e a segunda do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Piauí (MPPI), visam combater uma série de crimes e tiveram diversos alvos, não apenas no estado, como também em outras unidades federativas.
Operação Volt
A operação foi deflagrada pelo MPPI, por meio do GAECO, em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e a FICCO.
O objetivo da ação foi cumprir 10 mandados de sequestro de bens, oito mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva distribuídos entre as cidades de Luís Correia, Parnaíba e Teresina, conforme decisão da Central Regional de Inquéritos de III – Polo Parnaíba.
“A investigação visa apurar desvios de recursos públicos destinados ao serviço de iluminação pública do Município de Luís Correia, por meio das condutas criminosas de fraude à licitação, corrupção ativa e corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, informou o Gaeco em nota.
Entre os alvos estão agentes públicos, empresas com atuação no município e seus sócios-proprietários.
Até o momento, a investigação apontou a existência de uma estrutura criminosa composta por agentes públicos, empresários e suas respectivas empresas que tem por fim desviar recursos públicos do município de Luís Correia.
“A dinâmica criminosa consiste no direcionamento de licitações à determinada empresa utilizada pela organização criminosa, seguido de sua contratação com sobrepreço pelo ente municipal”, explicou o Gaeco em comunicado.
Segundo o órgão, após o pagamento da empresa, parte do recurso público era remetido, diretamente ou por meio de pessoas interpostas, a agentes públicos ocupantes de cargos na estrutura da prefeitura.
Operação LED
A Operação LED investiga crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. Ao todo, 24 mandados judiciais foram expedidos pela Central de Inquéritos de Parnaíba para serem cumpridos em Luís Correia, Maracanaú (CE), São Luís (MA), Itaquaquecetuba (SP) e Guajará-Mirim (RO).
As ordens judiciais tratam de 12 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Quatro pessoas haviam sido presas até o início da manhã. A FICCO não deu detalhes sobre as prisões e não revelou a identidade dos presos.
Segundo a FICCO, a operação visa combater lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas, em contexto de facção criminosa com atuação no Norte do Piauí.
Em nota, a Força Integrada informou que a investigação identificou que o dinheiro proveniente do tráfico de drogas era submetido a sucessivos depósitos, transferências e saques, com utilização de contas dos próprios investigados e de terceiros, para retornar à facção criminosa, que o utilizava para o pagamento de fornecedores na fronteira.
A FICCO/PI é composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Polícia Rodoviária Federal do estado, e baseia-se no modelo cooperativo, no qual trabalham de forma integrada vários profissionais que compõem mais de um órgão do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP.
Nota Prefeita de Luís Correia
Venho a público esclarecer sobre os últimos fatos noticiados pela imprensa neste dia 07 de Fevereiro do ano corrente. Esclareço que não sou citada em qualquer investigação e nem sofri qualquer ato por parte do Poder Judiciário. Sempre pautei por uma gestão transparente, sendo que as contas da gestão, foram julgadas e aprovadas por unanimidade pelos órgãos de controle.
Informo, ainda, que determinei a exoneração de todos que foram citados na investigação, mesmo não fazendo qualquer juízo de valor quanto a culpabilidade, tal medida visa proporcionar aos acusados as condições ideais para esclarecimentos dos fatos, bem como, a imediata rescisão contratual, de forma unilateral, com a empresa citada.
Confio na Justiça do meu Estado, ao tempo que me coloco à disposição para demais esclarecimentos, reafirmo meu compromisso com o mandato e o respeito pelos cidadãos de Luís Correia.
Por Lucas Marreiros e Thiago Mendes (GP-PI)
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