Historiador mostra a grande tragédia de Algodões ocorrida 13 anos atrás

Rompimento da barragem de Algodões
📷Rompimento da barragem de Algodões © Reprodução
🏠Teresina (PI)

Num texto crítico, bem descritivo, o historiador João Passos escreve sobre a tragédia que resultou do criminoso e irresponsável rompimento da barragem de Algodões, ocorrido no dia 27 de maio de 2009, portanto há 13 anos.

Ele destaca: “numa perfeita demonstração de incompetência, irresponsabilidade e negligência, baseada em ordem de supostos técnicos, através da EMGERPI (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí)… Por volta das 16 horas do dia 27 de maio de 2009, uma quarta-feira, a barragem Algodões I se rompeu, criando ondas com velocidade de 80 km/h.”

Por João Passos

No dia 27 de maio de 2009, ocorreu um dos maiores desastres da história do Piauí: o rompimento da Barragem Algodões I, localizada no município de Cocal. Águas partindo em uma onda que chegou a 10 metros de altura, arrastou tudo que encontrou pela frente, desde árvores, postes, pedras, casas, animais e pessoas. Onze localidades rurais foram totalmente destruídas.

Além de Cocal, a cidade de Buriti dos Lopes foi atingida, sem contar trecho da BR-343, que, liga os municípios de Parnaíba e Luís Correia ao restante do Piauí.

Foram contabilizadas mais de duas mil famílias desalojadas e prejuízos irreparáveis. Uma tragédia anunciada que teve nove mortes confirmadas.


Numa perfeita demonstração de incompetência, irresponsabilidade e negligência, baseada em ordem de supostos técnicos, através da EMGERPI (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí).

Por volta das 16 horas do dia 27 de maio de 2009, uma quarta-feira, a barragem Algodões I se rompeu, criando ondas com velocidade de 80 km/h. Rapidamente foi dado o alarme, através de celulares, rádio local e carros de som; havia ainda a ação de heróis anônimos que, sobre motos, percorriam aos lugares menos avisados.


O medo e a insegurança tomaram conta da população cocalense. Por volta das 19 horas, a luz elétrica apagou e a cidade mergulhou na escuridão, em razão da queda dos postes. A cidade ficou incomunicável. O barulho das águas era ouvido. A água já estava a menos de dois quilômetros da sede do município. A água ia destruindo localidades e tudo que havia pela frente.

Residentes de cerca 11 localidades rurais tiveram de sair às pressas. O desespero das pessoas chegando à cidade, algumas com poucos pertences. O choro de crianças e mulheres era alimentado pelo relato dos homens diante de tanto terror que testemunhavam: centenas de pessoas correndo, tentando salvar o que podiam, andando pelos matos ou procurando os pontos mais altos. Alguns não conseguiram e foram levados pelas águas. No dia seguinte vários corpos foram encontrados.


Um rastro de destruição, dor e morte marcaram aquele dia para ser sempre lembrado.

A grande tragédia nunca deverá ser esquecida!

27 de maio é feriado municipal de Cocal.

Por PortalAZ

 

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