Mãe que matou a filha espancada revela ser ex-garota de programa e a motivação do crime
📷Luna Nathielli Bonett Gonçalves |
Após confessar o crime, a mãe de Luna Nathielli Bonett Gonçalves - a criança de 11 anos que foi morta espancada em Timbó, no Vale do Itajaí, na última quinta-feira (14) - contou à polícia que não queria que a filha seguisse o mesmo caminho que ela.
A mãe admitiu, na sexta-feira (15), ser ex-garota de programa e segundo ela, agrediu a filha após ela ter iniciado um relacionamento afetivo e ter se tornado sexualmente ativa.
O novo depoimento da mulher foi dado após a polícia divulgar a análise feita pelo médico legista que apontava que a criança tinha lesões e contusões internas no crânio, no baço, pulmões, alças intestinais, além de laceração na vagina.
"Ela contou que foi prostituta e não queria que as filhas seguissem pelo mesmo caminho. Por isso não aceitava que ela tivesse esse tipo de relações", detalha o delegado.
Segundo a Polícia Civil, a menina e a irmã mais nova teriam sido proibidas de irem à escola porque Luna teria arrumado um namorado.
A suspeita ainda relatou em depoimento à polícia que deu banho e colocou a criança para dormir após agredi-la. A informação foi divulgada nesta segunda (18), pelo delegado à frente do caso, André Beckman Pereira.
De acordo com o delegado, ela afirmou em depoimento que tem síndrome do pânico e teve um ataque de fúria.
"Diz ela [mãe] que não sabia que a criança estava morrendo ou estava morta. Por volta da meia-noite [de quinta], ela viu que a criança estava com a respiração fraca, pediu para o padrasto, então, chamar os bombeiros", afirmou o delegado.
Novo depoimento
A suspeita mudou a versão do depoimento após ser confrontada pela polícia com informações do laudo que mostrou que as lesões que a criança possuía não poderiam ser decorrentes da queda de uma escada, conforme foi alegado inicialmente pela família.
"Ela não mostrou nenhum tipo de emoção, apenas ficou olhando para baixo e falando baixo. O padrasto até se emocionou. Ele me contou que foi ameaçado", comentou o delegado.
Segundo Pereira, o padrasto chorou ao contar que perdeu os empregos nas academias em que trabalhava e que era apontado na rua como culpado.
Ele era professor de jiu-jitsu e namorava com a mãe de Luna há cerca de um ano. Ela morava com ele e os três filhos de companheiros anteriores em uma casa no bairro Imigrantes, que pertence ao professor. Luna era a mais velha e tinha uma irmã de seis anos e outro de nove meses.
Após o novo depoimento, a mulher e também o padrasto foram presos preventivamente.
As investigações seguem para verificar se houve crime contra a dignidade sexual da garota.
Pai de Luna
Sidival Gonçalves, de 62 anos, relata que a última lembrança que tem da sua filha foi na sua festa de aniversário, a data segundo ele é única lembrança viva que ele guardou dela.
"Eu torcia para que fosse mentira o que estava acontecendo, mas infelizmente, quando eu vi, era pura verdade", disse.
O pai contou que ficou sabendo da morte da filha na quinta-feira (14) pela manhã, após a notícia se espalhar pela cidade de Timbó.
Em seguida ele começou a organizar o sepultamento da filha, que foi enterrada na manhã de sexta-feira (15), no Cemitério Municipal Jardim da Paz. O velório ocorreu na Igreja Evangélica Assembleia de Deus.
*Com informações de G1 SC.
Deixe Seu Comentário