Vereador Maurinho do Paiol, preso em operação contra milícia, prometeu ‘banho de sangue’ a rivais

Vereador Maurinho Paiol
📷Vereador Maurinho do Paiol
🏠Rio de Janeiro

Preso nesta quinta-feira (10) na Operação Hoste, o vereador Maurinho do Paiol (PSD), vice-presidente da Câmara de Nilópolis e PM aposentado, prometeu uma reação violenta a grupos rivais. Segundo as investigações, Maurinho é o chefe do braço da milícia do irmão de Ecko naquele município da Baixada Fluminense.

“Se machucar um da gente, amigo, vai ter banho de sangue”, disse, em conversa interceptada com autorização da Justiça. “Vai ter que matar os quatro. Não adianta matar só um só e ficar.”

Maurinho não especificou quem seriam os rivais nesse diálogo — um dos citados na denúncia do Ministério Público do RJ. O PSD informou que vai expulsá-lo do partido.

Além de Maurinho, foram presas 10 pessoas, entre elas quatro PMs.

Achou que era atentado

O vereador foi preso por agentes da Polícia Federal (PF) em casa, num condomínio em Mesquita. Agentes apreenderam uma escopeta na residência.

Na hora que os agentes da PF chegaram, Maurinho achou que estava sendo alvo de um ataque e duvidou que eles fossem policiais federais.

“Identificação!”, gritou Maurinho. “Identificação é o c*ralho! Senta aí com a mão na cabeça!”, respondeu um agente.

A ação é realizada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

‘Herdeiro’ de Ecko

O grupo paramilitar de Maurinho do Paiol integra o bando que já foi de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto ano passado, hoje nas mãos de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko.

Agentes saíram para cumprir, no total, 19 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, nas cidades do Rio de Janeiro, Nilópolis e Mesquita.

A Câmara Municipal de Nilópolis afirmou que aguardava comunicado oficial da defesa do vereador e da autoridade judiciária responsável pela investigação para que, de posse das tipificações penais do caso, pudesse analisar, “sob a ótica do Regimento Interno, eventuais medidas cabíveis.

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O advogado de Maurinho do Paiol negou as acusações.

“Uma surpresa muito grande. O Maurinho, infelizmente, vem sofrendo vários ataques nesse sentido, de denúncias infundadas, sem provas. São outros processos que já aconteceram e já resolvemos, e esse é mais um”, disse Leandro Oliveira.

Aliança com traficantes

O Gaeco afirma que, além de atuar em Nilópolis, o grupo criminoso de Maurinho do Paiol opera em São João de Meriti e no bairro de Anchieta, na capital.

Esse grupo paramilitar, segundo a força-tarefa, possui como principais atividades a exploração de serviços de gatonet, a venda de botijões de gás, o comércio ilícito de cigarros e o controle sobre pontos de mototáxi, com a cobrança de taxas.

“A organização é estruturalmente ordenada e possui dimensões consideráveis, atuando de forma setorizada, mediante a prática de crimes como homicídios e extorsões”, detalhou o Gaeco.

“Ao expandir seus domínios para a comunidade Az de Ouro, em Anchieta, passou a atuar também no tráfico de drogas, fazendo parte da cúpula da comunidade, ligada à facção criminosa TCP”, emendou.

O nome Hoste é uma referência “à maneira hostil e agressiva através da qual essa organização de pessoas impunha sua dominação naquela região”.

Por G1.com

 

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