Robert ironiza crise no transporte: 'não sou usuário, não sou motorista'; greve afeta 180 mil pessoas

Robert Rios, vice-prefeito de Teresina
📷Robert Rios. Reprodução
🏠Teresina (PI)

Uma declaração do vice-prefeito de Teresina, Robert Rios (PSB), gerou revolta nas redes sociais depois que ele comentou a crise do transporte público da capital. A greve dos trabalhadores do setor já dura cinco dias e afeta 180 mil pessoas. No vídeo, Rios ironiza a situação, afirmando que o poder público municipal não tem relação com a crise. Os empresários afirmam que a Prefeitura descumpriu acordo firmado.

"Não tenho nenhum ônibus, não sou usuário de ônibus, não sou empresário de ônibus, não sou motorista de ônibus, não sou cobrador de ônibus, não tenho nada a ver com ônibus. Me arranje outro tipo de confusão que eu aceito, agora ônibus, eu não tenho nada a ver. É um problema de empresas, com empregados e o tribunal do trabalho", declarou o vice-prefeito.

A afirmação foi feita durante evento de filiação ao Republicanos, na tarde de quinta-feira (24), na Câmara Municipal de Teresina. O vídeo, gravado pelo líder comunitário Ascânio Sávio, repercutiu e se tornou um dos assuntos mais comentados por teresinenses na internet.

Procurado, o vice-prefeito afirmou que a prefeitura tem cumprido todos os acordos acertados com as empresas de ônibus e são repassados R$ 1 milhão e 200 mil mensalmente. Em resposta, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que o acordo que o município está cumprindo é em relação à gestão passada e que não há negociação ou cumprimento de repasses referentes à gestão atual. Veja os posicionamentos na íntegra ao fim da reportagem.

A declaração do gestor chama a atenção porque o Setut afirmou diversas vezes que foi o descumprimento de acordos judiciais referentes a repasses devidos pela prefeitura que levou as empresas a uma situação financeira crítica.

As empresas afirmam que, por conta dos problemas financeiros, não podem atender às reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro). Motoristas e cobradores relatam que estão sem reajuste salarial desde 2019 e perderam plano de saúde e vale-alimentação.

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A greve afeta, segundo o Setut, cerca de 180 mil teresinenses. A Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans) informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus durante o movimento grevista.

Outra alternativa procurada pela população é o Metrô de Teresina , que, segundo a Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTP), teve o número de passageiros dobrado desde o início da greve.

O transporte contempla uma pequena parte das zonas Sudeste, Sul, Centro e Norte. Antes da greve, a média de passageiros era em torno de 4.800 e, atualmente, passou para cerca de 8.700.

Mesmo com os alternativos e o metrô a demanda ainda é grande, porque o sistema de ônibus é o principal meio de transporte público da capital.

Por isso, a população tem procurado alternativas para se deslocar, como mototáxis, táxi-lotação, veículos por aplicativo e até caronas, o que acaba gerando mais gastos às pessoas.

Alguns usuários relatam que a situação tem pesado no orçamento, já afetado pela alta dos preços em combustíveis e produtos diversos em todo o país.

Por G1

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