A luta da mulher estuprada que foi condenada a chibatadas e prisão no Qatar
📷Paola. Reprodução |
A luta de Paola Schietekat, que denunciou um caso de estupro e foi condenada a 100 chibatadas e sete anos de prisão, no Qatar, continua. “O juiz não aceitou a defesa do meu advogado sem a minha presença e terei que ir à corte no próximo dia 3 de abril”, lamentou a economista, de 27 anos, em entrevista à Istoé, nesta terça-feira (8), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Em seu perfil no Instagram, Paola fez uma postagem usando uma camiseta do movimento feminista “Nem uma a menos” com as inscrições “Nem no México” e “Nem no Qatar”. “Nossa luta é a mesma #8M”, escreveu Paola, que vive na Colômbia atualmente.
O caso da jovem, que foi violentada sexualmente, em junho de 2021, após conseguir um emprego no Comitê Supremo de Entrega e Legado, responsável pela organização da Copa do Mundo de 2022, em Doha, foi mencionado em recente publicação sobre os áudios sexistas vazados de Arthur do Val.
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Convertida ao islamismo durante a infância, após prestar queixa do crime, ela foi novamente chamada à delegacia, onde se deparou com o agressor. O homem alegou que eles mantinham uma relação amorosa e, por isso, de vítima, ela passou a ser considerada ré. Apesar de parecer absurda, a história é real e foi amplamente divulgada no mundo todo.
Paola levou exames e fotos que comprovavam a violência sexual e física, mas a polícia alegou que “não havia câmeras para verificar se o ataque ocorreu” na casa dela.
Segundo a Lei Sharia, do sistema jurídico do Islã, as vítimas de violência sexual podem ser processadas por adultério. Considerada culpada, ela recebeu recentemente a pena de 100 chibatadas e 7 anos de prisão.
Há um mês, Marcelo Ebrard, Secretário de Relações Exteriores do México, anunciou total apoio jurídico a Paola para garantir que os direitos da vítima como cidadã mexicana em outro país sejam respeitados.
Por Istoé
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