Marco Aurélio diz não conceber que Moro "de repente se torne vilão e seja execrado"
Foto: Adriano Machado/Crusoé |
Marco Aurélio Mello disse à Folha que ficou “atônito” com a mudança de voto da colega Cármen Lúcia no julgamento da suspeição de Sergio Moro.
“Se eu, com 42 anos de ofício judicante em colegiado pegando no pesado, fiquei atônito, imagina o leigo. Foi o que disse, gera uma insegurança muito grande.”
O decano do Supremo acrescentou ao jornal paulista:
“Os pronunciamentos judiciais existem para se ter a segurança jurídica e, a partir do momento em que decisão condenatória transita em julgado, você tem um quadro definitivo que, a meu ver, só pode ser revisto pela revisão criminal ou, excepcionalissimamente, quando comprovada ilegalidade, pela via do habeas corpus.”
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Marco Aurélio afirmou também que Moro foi um grande juiz “sem dúvida”.
“Não posso conceber que homem que surgiu como herói nacional mostrando nova vertente quanto ao combate à corrupção de repente se torne vilão e seja execrado. Isso não passa pela minha cabeça.”
Ele ponderou, no entanto, que não gostaria de ver Moro em sua cadeira no STF.
“Não tenho amizade com o ex-juiz Sergio Moro e cheguei mesmo a dizer que, como ele virou as costas a um cargo efetivo da magistratura, não gostaria que me sucedesse. Não que eu tenha nada contra ele, mas só pela postura adotada. Como alguém que virou as costas à magistratura é nomeado? Então, será um prêmio de consolação para o Supremo? Isso evidentemente deixa o sistema capenga.”
Fonte: O Antagonista
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