Homo sapiens, um assassino em série da ecologia!
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Homo sapiens, um assassino em série da ecologia: a frase foi cunhada por Yuval Noah Harari, doutor em História pela Universidade de Oxford, especializado em história mundial e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Autor do best seller “Uma breve história da humanidade" traduzido para cerca de 40 línguas, e já com 19 edições.
Foto de arquivo pessoal
"Não acredite nos abraçadores de árvores que afirmam que nossos ancestrais viveram em harmonia com a natureza"
Exímio criador de frases polêmicas, certeiras e implacáveis, não se contenta só com as já citadas. “A Revolução Agrícola foi a maior fraude da história”, e “as plantas domaram o Homo Sapiens e não o contrário”. Mais uma: “se a culpa é do Homo sapiens ou não, o fato é que, tão logo eles chegavam a um novo local, a população nativa era extinta”.
E ainda tem gente no Brasil que acredita no mito do bom selvagem ou, em nosso caso, "dos nativos extrativistas" “em plena harmonia com a natureza”. Quanta ingenuidade. Já é hora de esquecermos a Utopia de Thomas More. Ela não passa de pura utopia.
Homo sapiens, um assassino em série da ecologia: breve resumo das teses do livro
O mundo foi habitado por várias espécies humanas ao mesmo tempo ao contrário da crença que, para surgir uma nova, simultaneamente uma das antigas deveria desaparecer. Um destes grupos que conviveu juntos incluía o Homo rudolfenis, o Homo ergaster, e, finalmente, nossa própria espécie, que, sem modéstia alguma, denominamos Homo sapiens (Surgida há 200 mil anos) (Ou, como foi descoberto recentemente, o Homo sapiens teria surgido há 300 mil anos, no Marrocos. Mas a data pouco importa neste caso. E sim, as consequências.). Mas, ao contrário que se pensava, estes grupos não conviviam em paz. Para o autor, "o Homo sapiens exterminou todas".
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Para Yuval, a mola da humanidade teria sido a Reforma Cognitiva acontecida entre 70 e 30 mil anos atrás. A mesma data, 30 mil anos atrás, assinala a saída de cena dos neandertais. Pouco depois, há 13 mil anos, desaparecia o Homo florensin. A partir daí o único que sobra é nosso ancestral, o Homo sapiens. Com ela veio o que o autor considera fundamental: a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem. Para o autor, esta é a capacidade verdadeiramente única da nossa linguagem. Não sua capacidade de transmitir coisas sobre homens e leões
Ação dos caçadores coletores ao meio ambiente de então
“Turistas que visitam a Tundra siberiana, ou a floresta tropical amazônica acreditam que adentraram paisagens inexploradas, intocadas. Isso é uma ilusão. Os caçadores coletores estiveram lá e provocaram mudanças drásticas mesmo nas florestas mais densas e nos desertos mais desolados”.
Homo sapiens e a ocupação da Austrália, 45 mil anos atrás
“Os Homo sapiens da Indonésia, descendentes dos macacos que viveram na savana africana, se tornaram marinheiros. Construíram barcos e aprenderam a navegá-los”. Colonizaram não só a Austrália, mas uma série de ilhas isoladas ao norte como Buka e Manus, diz Yuval. E arremata: A jornada dos primeiros humanos à Austrália é um dos acontecimentos mais importantes da história, pelo menos tão importante quanto a viagem de Colombo à América ou a edição da Apolo 11 à Lua.
A espécie mais mortífera do planeta
O momento em que o primeiro caçador coletor pôs os pés no litoral australiano foi o momento em que o Homo sapiens subiu ao topo da cadeia alimentar num território específico e a partir daí se tornou a espécie mais mortífera do planeta Terra.
Resultados da colonização da Austrália
Segundo Yuval “os colonizadores da Austrália não simplesmente se adaptaram; eles transformaram o ecossistema australiano de tal forma que já não seria possível reconhecê-lo”.
Naquela época a Austrália era habitada por estranhos animais: um canguru de 200 Kg, e 2 metros de altura; um leão-marsupial grande como um tigre moderno; coalas grandes demais para serem fofinhos e mimosos; e aves com o dobro do tamanho de avestruzes que corriam pelas planícies. Lagartos similares a dragões e cobras com 5 metros se arrastavam pela terra. O diptrotodonte, com 2,5 toneladas vagava pela floresta. Em alguns milhares de anos, virtualmente todos estes gigantes desapareceram. Das 24 espécies animais australianas pesando 50 Kg ou mais, 23 foram extintas.
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O mesmo extermínio foi verificado no Ártico, onde os caçadores coletores deram cabo dos mamutes. Em Madagascar o pássaro elefante, criatura com 3 metros de altura, incapaz de voar, e os lêmures gigantes, os maiores primatas do globo, desapareceram de maneira abrupta há 1,5 mil anos. Precisamente quando os humanos botaram os pés na ilha.
E prossegue: no oceano Pacífico, a principal fonte de extinção começou por volta de 1.500 a.C, quando agricultores polinésios se estabeleceram nas ilhas Salomão, Fiji e Nova Caledônia.
Conclusão
O Homo sapiens levou à extinção cerca de metade dos grandes animais do planeta muito antes do humanos inventarem a roda ou ferramentas de ferro.
Fonte: Mar sem Fim
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