História: Porto das Barcas (Porto Salgado)
Porto das Barcas. Walter Fontenele |
O Porto das Barcas é um dos principais pontos turísticos de Parnaíba e fica localizado aos pés da ponte que liga o continente à Ilha Grande de Santa Isabel, às margens do rio Igaraçu.
Porto das Barcas – antes denominado Porto Salgado – situado à margem direita do rio Igaraçu, prosperou devido ao grande número de embarcações que o utilizavam. Tornou-se uma próspera feitoria onde o comércio teve notável impulso, administrado pelo português João Paulo Diniz, proprietário de oficinas de carnes secas, situadas a 80 léguas da foz do rio Parnaíba. Ele possuía várias fazendas e trazia em suas barcas os gêneros alimentícios e charque para enriquecer o comércio de Parnaíba. Em 1711, com a ajuda do coronel Pedro Barbosa Leal e alguns moradores, Diniz construiu uma pequena capela para Nossa Senhora de Mont Serrat, imagem vinda de Portugal e venerada como padroeira da feitoria.
Porto Salgado. Almanaque da Parnaíba |
Segundo Junia Motta Antonaccio Napoleão do Rego (2010),
“O Porto Salgado ou Porto fluvial das Barcas, localizado ao longo do rio Igaraçu, que dava acesso direto a Parnaíba, era o ancoradouro das numerosas embarcações, à vela ou a remo, com ou sem cobertura (canoas, botes, jangadas, igarités balsas de buriti). (MIRANDA, 1938, p.135); barcas, barcaças, gabarras (CHAVES, 1998, p. 168), que, por intermédio do rio Parnaíba, ligava Parnaíba a outras cidades do Piauí. Pelo Porto Salgado chegavam às barcaças cobertas de folhas secas de babaçu, trazendo para Parnaíba variados produtos. Ficava localizado no início da Rua Grande, atual Getúlio Vargas, que foi a principal artéria da Vila de Parnaíba – e depois cidade”.
Porto Salgado. Almanaque da Parnaíba |
Segundo ainda a autora,
“A atividade no porto era ininterrupta. Trabalhavam-se 24 horas; várias turmas se sucediam, e muitos eram os empregados. Havia os que trabalhavam na classificação dos produtos adquiridos (cera de carnaúba, peles silvestres, couros, peles etc.); havia os que eram usados para estivar os sacos dentro dos armazéns; os que tinham a função de aplicar as marcas da empresa e do destinatário; os encarregados de fazer com tinta as marcas em chapas de folhas de flandres; os que levavam os sacos até os caminhões, quando o transporte se fazia nesses veículos”.
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No início do século XX foram construídos grandes armazéns para estocar mercadorias como cera de carnaúba e babaçu para exportar para países da Europa: Portugal, Espanha, Inglaterra e Alemanha. O comércio era intenso e a região alcançou um alto grau de prosperidade. Em meados da década de 1940, o mercado internacional entrou em crise, Parnaíba perdeu espaço e o Porto das Barcas acabou ficando sem utilização dando início ao declínio da região.
Atualmente, o Porto das Barcas é a porta de entrada para o Delta do Rio Parnaíba concentrando diversas agências e pousadas, além de lojas de artesanato. O local conta ainda com um posto de polícia, bares, restaurantes e amplo estacionamento. Percorrendo o Porto das Barcas você encontrará as ruínas, um espaço muito bonito que guarda importantes momentos da história do Piauí.
O ambiente rústico, as ruas estreitas e os prédios históricos complementam a paisagem do local. No Porto das Barcas você também encontrará artesanato da região, que reflete os mais variados estilos e peças, da opala de Pedro II aos quadros pintados por artistas plásticos parnaibanos, passando pela arte santeira e lembranças da visita ao Delta do Parnaíba.
Onde antigamente estava à base da economia da cidade, hoje se respira cultura e preservação, ao mesmo tempo em que se pode dispor de área de lazer e turismo.
Fonte: Por Walter Fontenele Com Informações do IPHAN;
Junia Motta Antonaccio Napoleão do Rego (DOS SERTÕES AOS MARES: HISTÓRIA DO COMÉRCIO E DOS COMERCIANTES DE PARNAÍBA (1700-1950)
Junia Motta Antonaccio Napoleão do Rego (DOS SERTÕES AOS MARES: HISTÓRIA DO COMÉRCIO E DOS COMERCIANTES DE PARNAÍBA (1700-1950)
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